AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

A AIDS é uma doença que representa um dos maiores problemas de saúde da atualidade, isso está relacionado com seu caráter pandêmico e a sua gravidade.

HIV e AIDS

A AIDS ainda hoje representa uma problema grave de saúde, muito embora o tratamento já aumente a expectativa de vida. O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um vírus que  ataca o sistema imunológico das pessoas infectadas, evoluindo para uma grave disfunção desse sistema. Essa disfunção é ocasionada pelo ataque do vírus aos linfócitos T CD4+.

Os linfócitos T CD4+ é uma das principais células de defesa do organismo e são aquelas que pertencem às células-alvo do HIV.

Com base na contagem das células T CD4+ é que se estima o prognóstico e avaliar a indicação de início da terapia antirretroviral. Da mesma forma, esse marcador da imunodeficiência é utilizado para a definição de casos de AIDS, com fins epidemiológicos.

A doença recebe outros nomes como Sida, doença causada pelo HIV, síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS.

Agente Etiológico

A AIDS é causada pelo vírus HIV-1 e HIV-2. São retrovírus pertencentes à família Lentiviridae.

Modo de Transmissão

As formas de transmissões podem ser por contato sexual, através do esperma ou da secreção vaginal; pelo sangue, por via parenteral e vertical; e pelo leite materno.

Assim, faz-se necessário explicar que desde a aquisição da infecção, o portador do HIV torna-se transmissor do vírus.

Por outro lado, os indivíduos com infecção muito recente (“infecção aguda”) ou imunossupressão avançada têm maior concentração  do vírus no sangue, o que chamamos de carga viral, aumentando a probabilidade de transmissão da doença.

Baseado nisso, podemos compreender que alguns processos infecciosos e inflamatórios favorecem a transmissão do HIV. Entre essas doenças estão: Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), como a sífilis, herpes genital e o cancro mole.

Além desses, outros fatores de risco associados ao modo de transmissão são:

  • Tipo de prática sexual: relações sexuais desprotegidas;
  • Utilização de sangue  e seus derivados não testados ou não tratados adequadamente;
  • Recepção de órgãos e doadores ou sêmen de doadores não testados ;
  • A reutilização de seringas e agulhas, bem como o seu compartilhamento;
  • Acidente com materiais perfuro-cortantes, contaminados com sangue e secreções de pacientes;
  • Gestação em mulheres HIV positivo (fator de risco para o concepto).

Algumas atitudes não transmitem o HIV:

  • Sexo desde que se use corretamente a camisinha;
  • Masturbação a dois;
  • Beijo no rosto ou na boca;
  • Suor e lágrima;
  • Picada de inseto;
  • Aperto de mão ou abraço;
  • Sabonete/toalha/lençóis;
  • Talheres/copos;
  • Assento de ônibus;
  • Piscina;
  • Banheiro;
  • Doação de sangue, desde que em ambiente especializado em doação;
  • Pelo ar.

Período de incubação

O período de incubação trata-se do período que está compreendido entre a infecção pelo HIV e o aparecimento de sinais e sintomas da fase aguda da doença, podendo variar de 5 a 30 dias.

Período de latência

Refere-se ao período após a fase de infecção aguda, até o desenvolvimento da imunodeficiência. Pode variar entre 5 e 10 anos, média de seis anos.

Período de Transmissibilidade

O indivíduos com HIV pode transmiti-lo em todas as fases da infecção, risco esse proporcional à magnitude da viremia.

Janela imunológica e soroconversão

A janela imunológica trata-se do período de tempo entre a exposição ao vírus até o momento em que ele possa ser detectado por marcadores virais ou antivirais . O período médio que se considera como janela imunológica é de 30 dias.

É nesse período que os indivíduos geralmente apresentarão resultado positivo nos conjuntos de testes diagnósticos para a detecção da infecção pelo HIV.

Por outro lado, a soroconversão é o período que denota no processo de desenvolvimento de anticorpos contra uma patógeno específico.

A soroconversão é individualizada, existindo ainda os soroconversores lentos, por isso, não se deve levar em consideração somente o período da janela imunológica, mas compreender que há uma variedade muito grande de fatores e o tempo não pode ser especificamente definido.

Diagnóstico

Como é uma doença que afeta o sistema imunológico, ela pode ou não ter expressão clínica imediatamente após à exposição. Por isso, faz-se necessário que o profissional saiba conduzir a investigação laboratorial após a suspeita de risco de infecção pelo HIV.

As manifestações clínicas são aquelas apresentadas  conforme as seguintes fases:

Fases da infecção

Infecção Aguda

Esse período se caracteriza por viremia elevada, ou seja, alto poder de infecção, resposta imune intensa e rápida queda na contagem de linfócitos CD4+ de caráter transitório.

Com isso, as manifestações clínicas variam desde quadro gripal até uma síndrome que se assemelha a mononucleose.

Ainda podem aparecer sintomas de infecção viral, como febre, adenopatia, faringite, mialgia, artralgia, rash cutâneo maculopapular eritematoso; ulcerações muco-cutâneas, envolvendo mucosa oral, esôfago e genitália; hiporexia, adinamia, cefaleia, fotofobia, hepatoesplenomegalia, perda de peso, náuseas e vômitos e outros.

Nessa fase, os sintomas geralmente duram 14 dias em média, sendo que alguns pacientes podem apresentar quadro clínico autolimitado.

Fase Assintomática

Para esta fase, compreende-se tratar de um período que pode variar de meses a alguns anos.

Os sintomas clínicos podem ser mínimos ou inexistentes. Os exames sorológicos para o HIV, são reagentes e a contagem de linfócitos T CD4+ pode estar estável ou em declínio.

Ainda pode surgir uma linfoadenopatia generalizada persistente, “flutuante” e indolor.

Fase Sintomática Inicial

É nesta fase que portador do HIV pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos de intensidade variável, além de processos oportunistas de menor gravidade e esses processos oportunistas recebem o nome de Complexo Relacionado à AIDS – ARC.

A ARC pode ser identificada por meio do aparecimento de candidíase oral; testes de hipersensibilidade tardia negativos; e a presença de mais de um dos seguintes sinais e sintomas, com duração superior a 1 mês, sem causa identificada, são eles:

  • Linfadenopatia generalizada;
  • Diarreia;
  • Febre;
  • Astenia;
  • Sudorese noturna e
  • Perda de peso superior a 10%.

Ainda há uma elevação da carga viral e a contagem de linfócitos T CD4+ já pode se encontrar abaixo de 500cel/mm³.

Confira logo abaixo o que é a profilaxia pós-exposição ao HIV, segundo o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV)

A PEP é uma medida de prevenção à infecção pelo HIV que consiste no uso de medicação em até 72 horas após qualquer situação em que exista risco de contato com o HIV, tais como:

  • Violência sexual;
  • Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha);
  • Acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).

Como funciona a PEP?

A PEP  utiliza medicamentos antirretrovirais que agem evitando a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo e, por  isso, deve ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente nas 2 (duas) primeiras horas após a exposição ao vírus e no máximo em até 72 horas. O tratamento dura 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde por 90 dias.

IMPORTANTE: a PEP é uma medida preventiva de emergência e, por isso, não serve como substituta à camisinha.

Terei alguma reação se tomar a PEP?

Como todo medicamento, os antirretrovirais utilizados na PEP também podem causar efeitos indesejados. Os mais comuns são dor de cabeça, enjoos e diarreia. Mesmo que você desenvolva algum desses sintomas, não interrompa o uso dos medicamentos. Procure imediatamente o serviço de saúde que o atendeu para buscar orientações quanto a esses efeitos.

Referência

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Aids. _________ In: Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed. rev. Brasília, Ministérios da Saúde, 2010. p. 75-80. (Série B. Textos Básicos de Saúde).

BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Profilaxia Pós-Exposição ao HIV. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/pep-profilaxia-pos-exposicao-ao-hiv>. Acesso em: 09 mai. 2018.

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