A Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV) é um tipo de alergia alimentar e está entre as mais comuns nas crianças até os 2 anos de idade.
A alergia alimentar (AA) é uma reação do sistema imunológico onde pode estar envolvidas as imunoglobulinas E ou as células T ou os dois mecanismos.
O sistema imunológico acaba reagindo a antígenos (substâncias estranhas ao organismo), dessa maneira, na APLV o sistema imunológico reage às proteínas do leite e com isso, provoca uma reação alérgica.
Na APLV a caseína (proteína do coalho), assim como as proteínas do soro (alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina) são as aquelas que causam reação alérgica.
Diagnóstico da Alergia a Proteína do Leite de Vaca
Alguns critérios devem ser observados para a identificação da doença, entre eles estão:
1) Presença de história clínica sugestiva de APLV;
2) Desaparecimento da sintomatologia entre 1 a 30 dias após a retirada do leite de vaca (fase de exclusão) da dieta.
3) Reaparecimento dos sintomas após teste de provocação oral (TPO).
Com relação ao desaparecimento dos sintomas na fase de exclusão, podem ser: rápido (urticária, vômitos) ou mesmo lento (sangramento intestinal, sintomas de má absorção intestinal na enteropatia alérgica, dermatite atópica).
No caso do reaparecimento dos sintomas após uma TPO eles são imediatos na APLV mediada por IgE (em até 2 horas), por outro lado, nos casos das não mediadas por IgE os sintomas aparecem após duas horas a sete dias.
Diagnóstico Clínico
A análise clínica é muito importante para a confirmação do diagnóstico, portanto, o profissional de saúde deve investigar, de forma minuciosa, uma série de faores:
- Natureza dos sintomas;
- Frequência, reprodutibilidade e época da última reação;
- Tempo entre a ingestão do alimento e o aparecimento dos sintomas;
- Quantidade necessária do(s) alimento(s) contendo leite ou mesmo de seus derivados para provocar reação;
- Tipo de alimento ou mesmo a preparação que supostamente causou os sintomas;
- Descrição detalhada dos tipos de reações;
- Influência de fatores externos no aparecimento dos sintomas;
- Diário alimentar associado, dessa maneira, aos sinais e sintomas (o que, quando e quanto comeu e o que apresentou);
- Histórico familiar de alergia, do tempo de aleitamento materno, época de introdução de fórmulas infantis artificiais (se for o caso), também a ingestão de fórmula à base de leite de vaca na maternidade, outros alimentos consumidos e tratamentos dietéticos anteriores (dietas já realizadas).
Fonte: CONITEC. Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). Ministério da Saúde, 2017.