O Ministério da Saúde fica mais uma vez sem ministro, após Nelson Teich pedir demissão antes de completar um mês no cargo.
Nelson Teich pediu demissão após seguidas intervenções do presidente Jair Bolsonaro, contrariando assim, o posicionamento do ministro da saúde.
Na última segunda-feira (11/05), durante entrevista coletiva, o ministro da saúde foi surpreendido com a informação de que o presidente decidiu aumentar a lista de atividades essenciais.
Segundo as informações, a lista passaria a ter como atividades essenciais os salões de beleza, academias e também barbearias.
Além disso, a pressão do presidente para que o ministro amplie o uso da cloroquina para pacientes com quadros leves da Covid-19, foi outro fato determinante para o pedido de demissão.
O terceiro ponto que agravou de vez a relação entre o presidente e o ministro Teich foi a questão do isolamento social, defendida pelo Ministério da Saúde e inobservada pelo Presidente.
Estudos internacionais apontam que não há benefício do uso da droga em reduzir internações e mortes, pelo contrário, mostram riscos cardíacos.
O Ministério da Saúde já havia sofrido grandes perdas com a saída de Mandetta, o que gerou muita insatisfação da população e desconfiança para com o ministro Nelson Teich.
Ontem (14/05) o presidente participou de teleconferência com grande empresários organizada pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
Na reunião, o presidente afirmou que o protocolo “pode e vai mudar”, fazendo referência assim, à inclusão da cloroquina como medicação para casos leves de Covid-19.
“Agora votaram em mim para eu decidir e essa questão da cloroquina passa por mim. Está tudo bem com o ministro da Saúde [Nelson Teich], sem problema nenhum, acredito no trabalho dele. Mas essa questão da cloroquina vamos resolver. Não pode o protocolo —de 31 de março agora, quando estava o ministro da saúde anterior [Luiz Henrique Mandetta]— dizendo que só pode usar em caso grave… Não pode mudar o protocolo agora? Pode mudar e vai mudar”
Jair Bolsonaro – Presidente da República
Teich é o segundo ministro a pedir demissão do Ministério da Saúde em meio à pandemia.
“Cloroquina hoje ainda é uma incerteza. Houve estudos iniciais que sugeriram benefícios, mas existem estudos hoje que falam o contrário”
Nelson Teich em 29 de abril
Internamente, o governo estuda que a pasta seja assumida pelo secretário-executivo, general Eduardo Pazuello.
Fonte: Cidadeverde.com