Atenção às Doenças crônicas na APS

doenças crônicas na APS

A atenção às doenças crônicas na APS faz parte do atendimento rotineiro de profissionais por todo o país e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas condições estão relacionadas com casos mais graves de COVID-19.

O Disease Control and Prevention (CDC), órgão de vigilância do governo dos Estados Unidos, listou os cuidados a serem tomados no contexto de COVID-19 que servem de referência.

A Secretaria de Atenção Primária de Atenção Primária à Saúde lançou ontem (30/4) Nota Técnica com orientações para os profissionais de saúde, gerentes de unidade e gestores sobre os cuidados de pessoas com doenças crônicas na Atenção Primária à Saúde.

Segundo a nota, evidências existentes comprovam que alguns fatores de risco estão relacionados aos casos mais graves e à elevação da taxa de mortalidade.

Os fatores de risco estão relacionados, principalmente a idade elevada, baixa imunidade e doenças crônicas pré-existentes. Dessa maneira, enquadram-se no grupo de risco:

  • Idade de 60 anos ou mais;
  • Doença pulmonar crônica ou asma de moderada a grave;
  • imunossuprimidos (câncer, HIV+, transplantados, doenças imunológicas, em uso de corticóides e outros medicamentos imunossupressores);
  • Doenças cardíacas;
  • Insuficiência renal;
  • Doenças hepáticas;
  • Diabetes melittus e hipertensão arterial, especialmente se mal controlados;
  • Obesidade grave (IMC>40 kg/m2);
  • Tabagistas.

A nota aponta ainda que esses grupos devem ter atenção especial a todas as medidas para evitar o contágio que valem para a população geral:

  • Lavar as mãos com frequência (ou utilizar álcool em gel quando não for possível lavá-las)
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocadas com frequência;
  • Manter distância mínima de 1 metro de outras pessoas;
  • Se tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com cotovelo flexionado ou com lenço de papel. Neste caso, descarte-o imediatamente após o uso e realize a higiene das mãos;
  • Evitar tocar a boca e o nariz;
  • Se houver sintomas de síndrome gripais, usar máscaras descartáveis e buscar cuidados médicos.

A nota traz também uma recomendação sobre a atualização do calendário vacinal das pessoas idosas, principalmente com a vacina Influenza e Pneumocócica 23 – valente (para idosos), dado o aumento do risco de infecção bacteriana secundária pela COVID-19.

Há a recomendação de adotar medidas que reduzam a presença desnecessária desses usuários no serviço de saúde, desse modo, os atendimentos individuais devem ser programados conforme estratificação de risco e avaliação da condição clínica do paciente.

Os agendamentos de retornos presenciais na unidade devem ser evitados, especialmente para pacientes que estão sobre com suas condições crônicas controladas.

Uma alternativa a isso é o uso da telemedicina que foi aprovada para o período de emergência em saúde pública decorrente de COVID-19 pela Portaria nº 467, de 20 de março de 2020 e pela tele-enfermagem, autorizada por meio da Resolução COFEN nº 0634/2020.

A nota relembra que o contato regular, mesmo com o uso de tecnologias, faz diferença para a adesão terapêutica.

Confira as recomendações para pacientes controlados e não controlados com sintomas gripais ou não.

Atenção às Doenças crônicas na APS recomendações:

Pacientes controlados e sem sintomas gripais

  • Acompanhamento regular e a distância (telefonema, mensagem, e-mail) da adesão terapêutica, orientações para uso correto da medicação, alimentação saudável, atividade física regular, controle do estresse e outros temas do autocuidado apoiado.
  • Disponibilidade de medicamentos e insumos;
  • Esclarecimento de dúvidas;
  • Orientação sobre acesso à medicação e procedimentos realizáveis pelo próprio paciente;
  • Orientação sobre acesso a procedimentos que o próprio usuário ou familiar não estão habilitados a realizar.

Pacientes não controlados e sem sintomas gripais

  • Reavaliar o plano terapêutico com discussão do caso quando necessário e possível;
  • Definir o acompanhamento com o objetivo de estabilizar a condição;
  • Para pacientes que precisem, por força da situação clínica, realizar atendimento presencial na unidade: orientar sobre os procedimentos de prevenção;
  • Adotar as medidas previstas para os casos controlados.

Outro ponte importante apresentado pela nota técnica é o da atenção aos doentes crônicos em situação de vulnerabilidade socioeconômica, como a população em situação de rua, pessoas institucionalizadas, como as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), comunidades terapêuticas, abrigos ou aquelas privadas de liberdade, entre outras, que tem dificuldade de encontrar acesso na APS.

Confira na íntegra a nota técnica.

Fonte: SAPS

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