O aumento da mortalidade infantil pode ter sido ocasionado pela crise econômica, cortes de investimentos sociais e na saúde
Taxa de Mortalidade Infantil
A mortalidade infantil é um indicador que estima o risco de morte a que está exposta uma população de nascidos vivos em determinada área e período, antes de completar o primeiro ano de vida1.
O Aumento
A Mortalidade Infantil aumenta desde 2016, contradizendo o que vinha ocorrendo desde 1990. O aumento da taxa pela primeira vez no país desde sua estabilização foi de 14 mortes a cada mil habitantes para o ano de 2016.
A queda média desde 1990 era de 4,9% na mortalidade infantil, um valor acima da meta estabelecida pela Unicef (Fundo das Nações Unidas) de 3,2%.
Segundo o Ministério da Saúde a queda pode estar relacionada com a emergência do vírus Zika, bem como à crise econômica que afeta o Brasil. Os dados apontam que em 2015 ocorreram 351 mortes de fetos, bebês e crianças ligadas diretamente ao vírus da Zika (dados do Ministério da Saúde coletados até abril de 2018).
Fatores
Cortes na saúde
Os cortes na saúde acabam por influenciar e aumentar o risco de exposição a mais doenças e a não tratamentos, o que pode levar a um maior risco de morte.
O principal corte de gastos na saúde está relacionada com a emenda constitucional 55/2016, antigamente denominada de PEC 241/2016 que congelou os investimentos públicos pelos próximos 20 anos.
Essa emenda acaba sub-financiando o SUS e se popularizou com o nome de “PEC da morte” e está ligada à contenção de investimentos em saúde e educação.
Diarreias
As doenças diarreicas ainda são uma das vilãs que podem conduzir o indivíduo à morte, principalmente crianças e idosos. Dados demonstram que de 2015 para 2016 houve uma alta de 12% nas mortes de menores de cinco anos por diarreia.
Os determinantes sociais se ligam diretamente à ocorrência de diarreias e são agravados ainda mais pelo corte de investimentos do Governo.
Queda na vacinação
O Brasil há muitos anos vinha sendo um dos países campeões em vacinação, porém dados recentes demonstraram que há uma queda significativa na vacinação em crianças.
Essa “queda” pode levar ao surgimento de mais doenças, fato claro dessa realidade está no ressurgimento do sarampo no país. O desaparecimento de algumas doenças deixou a população mais confortável, o que acabou deixando a porta aberta para esse retorno.
Em 16 anos a cobertura vacinal atingiu seu menor nível causando espanto em especialistas do setor de vacinação do país. Nada justifica esse índice. Não se pode abrir mão de manter a vigilância da cobertura vacinal no Brasil, uma vez que muitas doenças como o sarampo e a poliomielite estão sumidas em nosso país.
Fonte: Com informações do Portal Cofen.
Referências
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Centro de Ciências da Saúde. Especialização Multiprofissional na Atenção Básica – Modalidade a Distância. Epidemiologia [Recurso eletrônico]. Universidade Federal de Santa Catarina. Organizadores: Antônio Fernando Boing; Eleonora D’Orsi; Calvino Reibnitz. – Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2016.