Os casos de SRAG tem aumentado segundo novo relatório semanal do sistema que monitora casos reportados de Síndrome Respiratória Aguda Graves (SRAG) no Brasil.
A tendência de crescimento de casos no Brasil foi confirmada por uma semana, após a inserção dos dados da semana 14 (29 de março a 4 de abril).
De acordo com o sistema coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a atividade semanal em todo o país continua muito alta e todas as regiões são consideradas de alto risco.
Em comparação com as semanas 11 e 12 a tendência de alta é menos acentuada, mas mesmo assim, não indica estabilização e exige cautela.
Os dados apontam que os índices ainda estão muito acima do histórico para esta época do ano.
O atraso das notificações, que precisam ser registradas no banco de dados pelas unidades de saúde, podem interferir nos resultados, que são calculados por estimativas e depois confirmadas pelos dados consolidados.
“O tempo entre os primeiros sintomas e posterior registro do caso no banco de dados mostrou-se importante para a aparente estabilização do número de casos na semana 13, relatada no boletim anterior”.
Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz)
Até o momento, o Brasil teve um total de 26.062 casos de SRAG já reportados no ano, que são de notificação obrigatórios.
Os casos de SRAG incluem hospitalizações de pacientes que apresentaram sintomas como febre, tosse, ou dor de garganta e dificuldade de respirar e óbitos de pessoas que apresentam esses sintomas, mesmo os que não hospitalizados.
Esses dados podem resultar de vírus respiratórios, como a influenza e o novo coronavírus, portanto, de etiologias diferentes.
Dos 4.828 casos (19% do total) que tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 60% foram identificados para Covid-19 e, por outro lado, a influenza A e B têm 7% e 6%, respectivamente.
Ainda há 3.846 casos (15%) com resultado negativos para esses vírus e, ao menos, 15.107 (58%) aguardando resultado.
Quando se trata de Sars-CoV-2, vírus responsável pela Covid-19, entre os casos de SARG com resultado laboratorial positivo para algum vírus tem crescido a cada semana.
Na semana 8 (de 16 a 22 de fevereiro) eram 3% e na última semana somaram 86% dos casos positivos, o que determina grande prevalência do novo coronavírus entre os novos casos.
O relatório do grupo destaque que, de acordo com o panorama apresentado pelo sistema, com manutenção da tendência de crescimento do número semanal de casos de SRAG, aliado ao alto percentual de detecção de Covid-19, entre os casos com teste laboratorial positivo, sugere a manutenção do isolamento social.
A necessidade de manutenção das recomendações de isolamento social são voltadas para evitar demanda hospitalar acima da capacidade de atendimento.
“A aparente desaceleração ainda é muito leve e é preciso que as medidas seja mantidas para que nosso sistema de saúde não seja sobrecarregado”.
Marcelo Gomes
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias
